quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Países em desenvolvimento precisam investir mais US$ 200 bi em energia

GENEBRA - Os países em desenvolvimento precisarão fazer investimentos adicionais de US$ 200 bilhões em 2020 para melhorar a eficiência energética em suas indústrias, construção, no uso de energia limpa e na nova geração de veículos híbridos e elétricos.

A estimativa é da Agência Internacional de Energia (AIE), antecipando conclusões de um relatório que vai divulgar em novembro sobre transformações no setor de energia e suas consequências financeiras sob um acordo global de combate à mudança climática.

Em 2020, o setor energético na Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) precisará também investir US$ 215 bilhões a mais, além de ter de ajudar os países em desenvolvimento. Os benefícios com poupança energética, redução da importação de combustível e na qualidade do ar compensarão em muito os custos adicionais, avalia a entidade sediada em Paris.

Para alcançar a "revolução energética ? ", o aumento de investimentos necessários é de US$ 10 trilhões entre 2010 e 2030 no setor, equivalente a 0,5% do PIB global em 2020 e aumentando para 1,1% do PIB em 2030.

Mas somente a poupança no uso de combustíveis na indústria, nos transportes e em construção pode chegar a US$ 8,6 trilhões entre hoje e 2030, quase similar aos investimentos adicionais nesses setores.
A AIE, que é ligada aos países ricos, confirma que a crise financeira e econômica tem tido um impacto considerável no setor energético globalmente. Investimentos em tecnologias ambientais foram adiados. Além disso, as emissões de carbono estão caindo este ano em até 3%, mais do que qualquer tempo nos últimos 40 anos, já que a produção recuou.

Ou seja, na prática, a crise global está conduzindo a uma redução de emissões de 5% até 2020, mais do que previamente estimado, mesmo na ausência de políticas adicionais para combater o problema.
Para a AIE, a crise global "criou oportunidade" para colocar o sistema energético mundial na trajetória de estabilização das emissões de gases, em linha com uma alta da temperatura de 2 graus.

O diretor executivo da AIE, Nobuo Tanaka, apresentou as conclusões numa conferência climática em Bangkok. Alertou que, se o mundo continuar com a mesma política energética e climática de hoje, as consequências para a mudança climática serão severas. "A energia está no centro do problema", afirmou.
Para a AIE, a China está tendo um papel de liderança no combate à mudança climática.
(Fonte: Valor Online em 06.10.09)

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Energia Eólica

A Fortuny Energia Brasil, subsidiária do grupo espanhol Fortuny, recebeu ontem a licença de instalação da Fundação Ambiental de Proteção Ambiental do Rio Grande do Sul (Fepam) para um parque eólico com 149,6 megawatts (MW) em Santana do Livramento, na fronteira do Brasil com Uruguai. O projeto é um dos sete inscritos pela empresa no Ministério das Minas e Energia para o leilão de energia eólica programado pelo governo federal para o dia 25 de novembro, que totalizam 527,6 MW.

Conforme o presidente da Fortuny Brasil, Antônio Badra, considerando investimento de R$ 5 milhões por MW instalado, os sete empreendimentos passam de R$ 2,6 bilhões. Dois deles, nos municípios de Jaguarão, também na fronteira com o Uruguai, com 50 MW, e de Piratini, no sul do Estado, com 98 MW, obtiveram licença prévia da Fepam (etapa anterior à licença de instalação, mas suficiente para participar do leilão).

Os demais parques estão com o processo de licenciamento ambiental em tramitação e ficam em Quarai (50 MW) e Santana do Livramento (30 MW), na fronteira, em Rio Grande (70 MW) e Santa Vitória do Palmar (80 MW), no litoral sul do Estado. O mais adiantado é o segundo parque em Livramento, explicou o executivo.

Badra acredita que o preço de abertura do pregão, a ser determinado pelo governo federal, ficará em torno de R$ 220 por megawatt hora (MWh), valor "apertado" mas que pode garantir a viabilidade dos projetos. Vence quem pedir o menor preço. Em 2008 a empresa pensou em participar do leilão de energia nova realizado em agosto, mas desistiu devido ao teto de R$ 150 por MWh estabelecido na ocasião.

De acordo com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), as usinas eólicas em operação no país somam 547,7 MW de potência instalada, o equivalente a 0,52% da matriz energética. Praticamente todas são enquadradas no Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia (Proinfa) e recebem pouco mais de R$ 270 por MWh. "Isso seria uma maravilha", comentou Badra.

Instituído em 2002 e gerenciado pela Eletrobrás, o Proinfa contratou 1.423 MW de energia eólica e as usinas deveriam ter sido construídas até o fim de 2006, mas o prazo foi estendido até 2010. Agora, 441 projetos com 13,3 mil MW foram inscritos para o leilão de novembro, o primeiro destinado exclusivamente à geração eólica, mas o governo não informou quanta energia pretende contratar.

Advogado, proprietário de um jornal e de uma emissora de rádio em Santana do Livramento, Badra interessou-se pela energia eólica em 2001 e foi contratado pelo Fortuny depois que a empresa adquiriu três projetos que haviam sido desenvolvidos pela Gamesa, também da Espanha, no fim de 2007.